Autor: Dr Rubens Brocco Dolce CRM 69972
Fonte: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), jun/2013.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), recomenda vacinação para difteria, tétano e coqueluche (dTpa- R) para todas as gestantes com idade gestacional acima de 20 semanas.
A recomendação da Febrasgo é vacinar também os adolescentes e adultos que terão contato próximo com o recém-nascido. Isso significa, vacinar: pais, irmãos, tias, avós, cuidadores e profissionais de saúde pelo menos 15 dias antes do provável contato.
Essas recomendações estão pautadas no aumento dos casos de coqueluche em bebês, antes da sua imunização, com alta taxa de letalidade em todo o mundo. No Brasil, em 2012, foram 74 mortes, na maioria de crianças menores de 1 ano de idade. Sendo que esses recém-nascidos são infectados pelos contatos próximos, principalmente pela mãe (em cerca de 40% dos casos). Os lactentes antes dos 6 meses de idade não completaram o esquema de vacinação.
Um adulto infectado pela Bordetella pertussis, causadora da coqueluche, pode resultar em até 17 novos casos. O quadro clínico da coqueluche no adulto não é típico, devendo-se suspeitar dos pacientes com tosse seca por mais de 14 dias.
O objetivo da vacinação da gestante é diminuir a transmissão da mãe para o recém-nascido após o parto e a proteção do recém-nascido através dos anticorpos maternos via transplacentária (máximo em IG entre 28 a 32 semanas). A efetividade de proteção dos anticorpos transplacentários para o feto não é totalmente conhecida, mas certamente modifica a severidade da doença. Após a vacinação na gestação, os anticorpos maternos atingem o pico em algumas semanas e caem em poucos meses.
A vacinação gratuita na rede pública já foi aprovada e deverá ser iniciada em 2014, mas as pacientes podem ser encaminhadas a clínicas de vacinação privadas.